Memorandos
6.10.2016
Eu sei que não me deixaste só nas minhas mãos
eu só não vi que as minhas mãos eram as tuas.
7.10.2016
8.33
Debato-me na sombra e mais ainda na luz
não é a primeira vez que vivo nem será,
certamente,
a última.
8.47
Esquece-te abandona-te às palavras.
De que tens medo? Escrutínio do interdito que te aparece vestido em sonhos?
Dissolve-te nas runas, no grande fundo de sempre
e toca as mãos de mil humanos e absolve a solidão do magma
Havia tanto. Há tanto. E tu sabes.
8.40
Eu sonhava com tímpanos furados
e a dor fazia-me crer que o real não era real
e então adormeci.
8.53
Os ciprestes e no seu centro rasgos breves de luz
e a pulsação maior síntona,
e a respiração, a oração sendo.
8.58
A sombra descendo
transmutando-se na própria luz.
13.57
Há palavras com as quais eu choro
Há palavras com as quais eu brinco
Há palavras com as quais eu procuro
- achar aquilo que nunca perdi e achei perdido.
14.02
Não haviam palavras para dizer -
que eu estava noutro lado
quando o meu corpo estava ali.
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