quinta-feira, 12 de janeiro de 2017


caminhámos em noites despidas de lua magna
e chorámos de não ver luz
eu sei que doeu - veres o amor ruir
às mãos de quem não soube nunca que este era
- todo o sentido desabrochado em flor;
eu sei que todo o ruído do mundo nos oprime
a nós, crentes na transparência pura da verdade
entre dois olhares, e silêncios cheios;
não tenhas medo, que a vida nunca se esquece
e eu disse: havemos de falar no silêncio
as coisas que temos medo de dizer,
e sei que és atento
a todas as lágrimas
que não quis fazer entrever
e és uma tocha acendida no altar da esperança
e o teu coração fala agora por ti;
eu sei que doeu - veres o amor ruir
eu sei quanto dói sentir,
seres-te,
humano
mas acordamos sempre, voltamos sempre
porque dizer "sim" é tão maior que cair,
e afinal sempre houve, uma mão, um beijo
futuro que se fez presente,
em forma de céu nunca ausente
olhos fechados, o espírito  aberto
(se eu pudesse dizê-lo,) 
a vida inteira sussurrando:
 - podemos ser em vida, todos os sentidos
no amor.



*

bioquímica ou as asas desencravadas da carne
(bioquímica e o céu mais humano aqui na terra)
e na lentidão supersónica e sanguínea de um beijo
estamos distantes de toda a morte
e próximos de toda a vida
e o tempo é outro, sem ponteiros ou relógios
é uma grande a(mar),
e para sempre é tão perto.
a vida é tão perto - de nós.



To TS,
MF

listening to Slowdive

- erik´s song
- missing you
- changes









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